sábado, fevereiro 02, 2008

A espera

Contando os dias nos dedos das mãos, experimentando mais uma vez a ansiedade descontrolada, desviando do pensamento as lembranças...
Queria estar melhor, bem vestida, maquiada, com ares de saudável.
Mas não, estava imunda, com a alma vazia e mãos trêmulas.
Sabia que era o fim. Faltava pouco...

sexta-feira, fevereiro 01, 2008


Em meio a sentimentos, dores e lamentações, ela ouviu um sino tocar alto, como se estivesse ela mesmo tocando-o, o som penetrou em sua alma, fez com que flutuasse, como se o fundo do poço ficasse cada vez mais longe, como se pudesse voar... Fechou os olhos e acreditou que poderia viver mais um pouco. Acreditou na ilusão de libertar-se da mediocridade que vivera até aquele momento. Tantos sofrimentos e decepções. Não parecia que tudo destinava-se a uma pessoa só. Margeava o penhasco da loucura, ouvia vozes, sentia que a perseguiam. Imagina o fim de tudo isso, a agonia dos dias, a amargura dos segundos... os gritos de sua alma...
Sonhava acordada o tempo todo com sua liberdade...
Mesmo ela, sendo livre.
Sua mente doentia a aprisionara, fazendo-a refém de si própria, sem escapatórias e ressalvas.
Tendia cada vez mais ao inferno.


pensamentos vagos.
palavras desencontradas.
imagens distorcidas.
sons indecifráveis.
as batidas do coração são como o som de trovões em meio a tempestade.
os devaneios são constantes.
as aparições incontroláveis.

e nada fará isso mudar.